segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aumento do ponto G com colâgeno

Murilo Caldeira Ribeiro é um dos cirurgiões de São Paulo que aumentam o Ponto G, a suposta zona erógena da parede vaginal descrita em 1950 pelo médico alemão Ernst Gräfernberg e que proporcionaria gozos intensos. Busca na internet mostra outros médicos que oferecem a plástica.


Para a maioria da comunidade científica, trata-se de um embuste: o tal ponto não existe. Mas Gräferberg teria localizado-o a cerca de 4 cm da abertura da vagina. E aí que o cirurgião Ribeiro aplica uma injeção do colágeno, uma técnica desenvolvida nos Estados Unidos.

O tratamento é chamado "G-Shot". O 'G' é de Gräferberg e 'Shot', do inglês, é disparo (do orgasmo).

Entre os irreverentes, é chamado de G-Xoxota.

A psiquiatra Carmita Abda, do Projeto Sexualidade da USP, afirma que qualquer órgão tem o um Ponto G, que é a convergência de nervos. Mas, acrescenta, esse ponto varia para cada pessoa.

A Folha de hoje informa que o procedimento não é recomendado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Mas a agência também não o proíbe. Talvez porque a aplicação do colágeno, na pior das hipóteses, não causaria dano: a substância é utilizada no preenchimento de rugas e lábios. Mas há controversa. De acordo com entidades médicas dos Estados Unidos, quem se submete à aplicação corre riscos como infecção, perda da sensibilidade e retenção urinária. O procedimento não tem o aval da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Ribeiro cobra R$ 2.500 para cada aplicação. Trata-se de preço bem palpável em se tratando de um procedimento em um ponto cuja existência é questionada. Além disso, a aplicação tem prazo de validade: depois de um ano, tem de ser feita de novo, porque o organismo absorve o colágeno.

O cirurgião já atendeu 70 pacientes, e os resultados têm sido satisfatórios, segundo ele. “Todo mundo está adorando.”

O jornal colheu o testemunho de uma das pacientes, de 37 anos, mãe de dois filhos: “Meu marido me perguntava por que eu não tinha vontade de relações sexuais. Eu até tinha, mas na hora H não conseguia gozar. Antes meu marido me procurava uma, no máximo duas vezes por semana. Agora [depois da aplicação], fazemos sexo de quatro a seis vezes”.

Considerando a média nacional, de duas relações por semanas, e ainda assim para casais jovens, seria o caso de se saber se o marido dessa paciente se submeteu também a algum tipo de tratamento.

O aumento do Ponto G só é indicado a mulheres que tenham flacidez no canal vaginal, o que ocorre geralmente a partir dos 40 anos.

E em seu site, Murilo Caldeira Ribeiro informa que é um dos pioneiros na América Latina da plástica íntima. Na relação de seus tratamentos constam, além do aumento do Ponto G, plástica do hímen, transplante de pêlos da região supra púbica e redução dos lábios, estreitamento do canal e clareamento da vagina.

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